tweets: de quem, do que, pra que, pra quem?…

tudo começou quando eu tuitei [alô, patrulha ortográfica: o vocabulário da academia já tem “tuitar”] uma pesquisa americana que dava conta de 60% das 1.000 maiores empresas já usando o twitter:

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pouco tempo depois, @StephenKanitz replicou, dizendo que…

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…ao que @rizzomiranda, meio que estupefata, comentou que…

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…mas eu não estava dando razão ao pensador e amigo @StephenKanitz, e sim retuitando seu ponto de vista, que achei importante para uma eventual discussão sobre o assunto. por sinal, a discussão estava ali, na hora, rolando. até porque logo depois eu disse que…

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…e que…

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e ainda dei uma opinião sobre porque é que todo mundo [PFs, PJs, governo, ongs, e o protótipo de um novo fiesta da ford] está no twitter:

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@rizzomiranda voltou dizendo que…

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batendo o martelo, @javoski concluiu nossa conversa em termos de inovação baseada no e desenhada pelo usuário:

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na interação acima, estava em ação o twitter-como-mesa-de-bar, que descrevi tempos atrás neste link. lá, se tratava do uso do twitter por colaboradores da rede globo, onde, segundo a emissora, vazavam informações sobre o andamento de séries e novelas. e eu dizia que…

…participar de uma comunidade que discute [entre muitas coisas] seu trabalho, qualquer que seja, é um direito de todos e qualquer um, desde que não se ultrapasse certos limites óbvios, como oferecer, à concorrência, detalhes dos negócios da empresa que lhe contrata. essa regra vale em todo lugar, inclusive numa mesa de bar.

e o twitter parece uma grande mesa de bar, 140 caracteres por vez. com dois problemas, do ponto de vista dos empregadores da moçada que está “na mesa”… primeiro, a mesa pode ser muito grande, centenas de milhares de pessoas ao redor de uma conversa. segundo, ao contrário do bar, onde ninguém escreve o que os outros dizem, tudo fica escrito e pode ser replicado ad infinitum

na grande mesa de bar, estão as pessoas, de dentro e de fora do negócio: seus colaboradores, clientes, usuários e detratores. e a empresa, com suas múltiplas vozes. e, como não poderia deixar de ser, a competição e toda sua algazarra. nesta apresentação no fórum HSM de estratégia, em são paulo, resolvi provocar tom peters [que também estava lá e para quem pessoas são 98% de qualquer negócio, porque delas depende sua execução] e dizer que 98% das pessoas que interessam a qualquer negócio está, na verdade, fora dele.

redes sociais, de forma inevitável e bastante ampla, vão conectar estes dois universos: se a empresa não tiver competência para tal, as conexões serão informais, feitas pelos colaboradores, quase certamente sem nenhuma estratégia. ocorre que mercados são conversações e produtos e serviços, neles, também têm que ser tratados como conversações… e a empresa não pode se excluir delas, e isso independe de sua vontade ou de “pra que” foram feitos twitter e facebook e todas as outras redes sociais. ainda mais porque [como discutimos no post anterior] as "conexões" podem acabar sendo, inclusive nas "organizações", bem mais importantes do que a "organização" do trabalho, da hieraquia, das pessoas, do que for.

aqui no blog, discutimos estes e muitos outros temas relacionados a estratégias de [e para] redes sociais nas corporações na série empresas são abstrações, conjunto de 10 textos que foi a base para a palestra da HSM. se você estiver interessado na conversa sobre redes sociais nos negócios, boa leitura.

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Silvio Meira é cientista-chefe da TDS.company, professor extraordinário da CESAR.school e presidente do conselho do PortoDigital.org

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