A edição de hsm management que está nas bancas trata de redes sociais e tem um box daqui do blog sobre as redes sociais virtuais e seu impacto nas corporações. adriana salles gomes está por trás de uma boa parte da conversa e, a seu pedido, mandamos o texto abaixo. que rola aqui, também, como parte do nosso domingo:
O que os textos sobre redes sociais desta edição da HSM Management nos dizem é que empresas são abstrações usadas, comercialmente, para representar a ação coletiva de sua cadeia de valor e, cada vez mais, de seus colaboradores. E isso tem consequências muito profundas. Vamos pegar um exemplo de rede social, o que ele tem a ver com sua empresa e um caso brasileiro, recente. Twitter parece uma grande mesa de bar, 140 caracteres por vez. Com dois problemas, do ponto de vista da empresa de quem está “na mesa”: primeiro, a mesa pode ser muito grande, centenas de milhares de pessoas ao redor de uma conversa. Segundo, ao contrário do bar, onde ninguém escreve o que os outros dizem, tudo fica escrito e pode ser replicado ad infinitum. Com as devidas consequências, criadas pela mediação tecnológica da “mesa de bar” online, na web 3.0.
Recentemente, algumas empresas brasileiras de mídia determinaram que seus colaboradores devem cumprir seus contratos ao pé da letra, significando que todo seu “conteúdo” estaria a serviço do negócio. Mas… e a mesa do bar? Muitas delas, como o twitter, mediadas por tecnologia e transformadas em redes sociais, são conteúdo, podem (mas ainda não são) ser negócio e servem como mecanismo de relacionamento que transcende, em muito, as fronteiras de todas, e não só de algumas, empresas de pedra e cal.
E o que as empresas deveriam fazer? Este é um eterno dilema, que assombra executivos todas as vezes que a base tecnológica de seus negócios é renovada muito profunda e rapidamente. Como é, aliás, o caso das redes sociais. E a resposta é darwinianamente simples: as empresas devem se adaptar, o mais rápido possível, aos novos tempos. Numa economia em rede, numa sociedade do conhecimento, onde tudo são processos, tentar prender o tempo e os relacionamentos nas amarras do segredo como alma do negócio, que foi um fundamento da revolução industrial há mais de dois séculos… é perda de energia. Total.
Porque as pessoas sempre foram suas redes. Nós vivemos em contextos comunitários bem mais amplos do que nossas empresas, com muita gente pegando no “trampo” para, numa outra hora e cenário, fazer o que realmente gosta e para o que vive. Redes sociais (virtuais, habilitadas pela web) podem ser justamente a infraestrutura dos nossos tempos para fundir estes ambientes, hoje quase sempre sem conexão, de tal maneira que o que se faz “porque tem que ser feito” comece a ficar inseparável do que se faz “porque se quer fazer”.
Imagine as consequências, para seu negócio, de só ter gente fazendo o que quer fazer… Se não me engano, boa parte dos problemas da maioria dos negócios vem da falta de sincronia entre o que se tem que e o que se quer fazer, o que leva, quase sempre, a coisas mal feitas. Redes sociais, até porque são mecanismos poderosos de construção de imaginário coletivo, e portanto comum, podem ser um instrumento fundamental para a criação e manutenção das empresas na sociedade em rede. Sua competição, agorinha mesmo, está pensando nisso.