cientistas acabam de “imprimir” um livro sobre DNA [Regenesis: How Synthetic Biology Will Reinvent Nature and Ourselves in DNA] em DNA. o livro, como a biologia sintética vai reinventar a natureza e nós próprios, via DNA, trata de como a vida –em geral- é software e como a engenharia reversa do que existe e seu entendimento, no médio prazo, pode nos tornar imunes a todos os vírus, por exemplo. pelo menos os vírus “naturais”; será que criaremos outros, “artificiais”? depois de aprender a “ler” DNA, estamos entendendo como “escrever” o código, e as consequências, como não poderia deixar de ser, serão imensas.
a ideia de imprimir um livro “em DNA” não é uma brincadeira. o código da vida é denso, estável, muito eficiente no uso de energia e dura muito tempo. largado na natureza, é possível “ler” com precisão sequências muito complexas gravadas em DNA há milhões de anos.
o “experimento” de harvard pegou o livro em formato digital [com imagens e um programa em javaScript], na forma de sequência de 5.27 megabit [e não byte], e codificou o digital em oligonucleotídeos. mas e pra ler o livro? simples, é só sequenciar o DNA. até que se pensou em incluir uma cópia do livro “em DNA” em cada cópia de papel, mas não rolou, pois ainda não há práticas estabelecidas para tal. a imagem abaixo vem das notas que acompanham o artigo, publicado na SCIENCE em 16/08/2012.
ah, sim: como sai quase de graça “imprimir” em DNA, foram feitas 70 bilhões de cópias do livro, que não ocupam quase nenhum espaço para serem armazenadas. a densidade de gravação do material digital, em DNA, é de 5.5 petabytes [milhões de gigabytes] por milímetro cúbico, a maior já alcançada sobre qualquer tipo de base.
pelo visto, o dilúvio de dados poderá ser armazenado na escala em que vier, seja lá qual for. danado vai ser gerenciar isso… em todos seus usos e dimensões.