máquinas de busca, há muitas. google, bing, yahoo [ainda], yandex [que domina o mercado russo], baidu [que é dona da china]… sem falar das alternativas específicas, como a que eu uso para buscar textos acadêmicos, www.scirus.com, feito pela fast search and transfer, hoje parte da microsoft [que pagou US$1.2B por ela em 2008].
redes sociais, há muitas mais. de netlog a bebo [quase sendo vendida pela AOL], de www.oro-aro.com a facebook, de hi5 a www.eons.com, uma rede social para a terceira idade, são tantas que você poderia desligar orkut de uma hora pra outra e não notar a falta dele depois de algum tempo, tantas são as alternativas.
o mesmo vale para infraestruturas de emeio, de blogs, de imagens [como flickr…], documentos, discos virtuais… e o que mais você quiser na web, menos para uma coisa: máquinas de status, o tipo de lugar onde todo mundo diz o que está fazendo e rolando agora e, a partir de lá, todo o resto do mundo sai atrás do que está acontecendo e volta pra relatar o que viu, comentar o que acha, o que queria que fosse e mandar, de quebra, galvão calar a boca. esta, só há uma, e ela é o twitter.
resultado? desde que começou, o twitter está sobrecarregado e não há nenhuma alternativa prática para ele. tudo bem, há identi.ca, que ainda por cima é software aberto, mas não “pegou”.
no twitter, é só nós [brasileiros, por exemplo] começarmos uma campanha qualquer [como o cala a boca, galvão!] que a coisa fica de joelhos. pra você que tá vendo a coisa de longe e diria… e daí, deixa isso pra lá e vamos brincar de outra coisa!… o problema é muito maior do que “brincar”; twitter se tornou parte essencial da statusfera, o lugar virtual distribuído no espaço [mas concentrado nele, twitter, e sincronizado no tempo] onde todo mundo se atualiza, a ponto de se poder dizer que, se não acontece no twitter, é porque não está acontecendo.
consequência? é preciso repensar o modelo do twitter; talvez não seja razoável ter um único sistema e única timeline [a linha de tempo do twitter]sincronizando todo o planeta. e isso da mesma forma que não há uma única empresa processando todos os emeios enviados: seriam perto de dois milhões por minuto! e, se houvesse, deveria estar sujeita a um órgão regulador na altura da ONU, tal a complexidade do que estaria fazendo e, claro, o poder que deteria.
o “problema do twitter” foi discutido recentemente por om malik, que lembrou um texto de 2009 onde já se propunha uma “federação de twitters”, uma rede articulada e resiliente de máquinas virtuais capazes de replicar o serviço [daí o rede, articulada] ao redor do planeta, de tal forma que uma queda parcial da infraestrutura [daí o resiliente] não tivesse o efeito o-mundo-está-acabando que rola, hoje, quando o twitter sai do ar.
isso porque todo mundo, até o bolão da galera do futweet, usa a autenticação do twitter como mecanismo de acesso ao jogo de palpeets. também, quem mandou o twitter disponibilizar uma API pra isso? ocorre que ontem, dia em que parece que todo mundo estava na rede e no twitter [e twitter resolveu atualizar o software], quem tentou dar um palpeet através do twitter dançou. dependência é isso aí.
pois é: o problema está aí e muita gente sabe como resolvê-lo. mas a solução, nestes casos, tem pouco a ver com a técnica pura e simples. há negócios, poder e política em cena e não vai ser nada fácil achar uma solução. a não ser que twitter se resolva e se torne o dono, o monopólio da statusfera mundial.
mas talvez o melhor, para todos e para twitter, não seja mesmo ele –twitter- dar conta de tudo, criando a oportunidade para que se empreenda uma solução em rede, de múltiplas operações do “tipo” twitter, capazes de se atualizarem mutuamente, usando protocolos abertos e possibilitando os usuários migrarem de uma para outra, junto com seus perfis.
ah, você diria… este seria o ideal, num mundo que não existe. pois é. não existe mesmo. então, enquanto isso, aguente o twitter baleiando o tempo todo,,,