SILVIO MEIRA

uma TESE são “só” 5 coisas…

…e uma dissertação e um trabalho de conclusão de curso, também.

este post nasceu de um thread no meu twitter, sumarizando perguntas que, durante a orientação de dissertações e teses de mestrado e doutorado, alunos me fizeram em 42 anos no centro de informática da ufpe [1978 a 2014], escola de direito RIO da FGV [2014 a 2017] e cesar.school [2018 em diante], enquanto tentavam descobrir COMO desenvolver -e escrever- seus trabalhos de pesquisa.

como todas as regras do polegar, minhas poucas regras se aplicam na MAIORIA das situações, e não necessariamente de forma ótima para cada uma. claro que elas não devem ser tomadas como tábuas da “lei” para projetos de pesquisa e pós-graduação. mas, pelo que eu vi [e li] em mais de 40 anos como aluno e orientador… se você ainda não tem nenhuma regra [ou, quem sabe, não faz ideia das que deveria ter] para desenrolar seu projeto de pesquisa… se agarre nessas poucas e, à medida que o trabalho for evoluindo, crie as suas próprias a partir delas.

eita… como o texto é longo e você talvez não tenha tempo nem paciência pra reflexões que podem até mudar sua tese ou dissertação E prefere ler apenas tweets e instas, há uma forma bem compacta de ler esse texto… leia apenas a primeira sentença depois da imagem e, depois dela, apenas as frases que estão identadas à direita. capaz de dar certo, pra você. mas… é bom possível que você esteja na busca errada; quem faz TCCs, dissertações e teses deveria ler textos longos e refletir sobre eles; ter opinões, contra ou a favor; ler as referências, para saber no que o autor se baseou… buscar outras que são contrárias às que o autor usou… enfim, há uma coisa chamada scholarship, em inglês, que se traduz como erudição, em português, que é mais ou menos o que você deveria ter ao fim de uma scholarship, que também se traduz como bolsa, que talvez o governo -ou seja, o povo- lhe tenha concedido pra que você atingisse um nível de conhecimento acima, talvez bem acima, da média, que desse algum retorno, direto ou não, à sociedade. 

sem mais delongas…

QUAIS são as 5 coisas que você DEVE endereçar na tentativa de RESOLVER um PROBLEMA ou -se você [já] estiver escrevendo um TCC, MSc, PhD…- relatar o que você está [pelo menos] tentando fazer?…

1: pra começar…

ESTABELEÇA CLARAMENTE qual é o PROBLEMA que você está resolvendo…

esse é o tal do capítulo 1, que quase todos intitulam introdução, num TCC, tese ou dissertação. SE você não conseguir descrever de forma precisa, enxuta e sem arrodeios qual é MESMO o problema que está resolvendo [durante a pesquisa] ou resolveu [lá no documento escrito] e em que CONTEXTO ele está situado, que torna a sua solução importante, relevante e [ou], melhor de tudo, única… já é um claro sinal de que seu trabalho enfrenta graves dificuldades.

muita gente trabalha e, DEPOIS, escreve sobre o que fez. uma das coisas que eu aprendi, comigo mesmo e com todos os meus ex-alunos, é que isso NÃO funciona a contento. você deve pesquisar E escrever o tempo todo. se você estiver achando que isso é perda de tempo, porque você vai ter que reescrever muita coisa durante o processo, saiba que são exatamente as reescritas que vão ajudar muito, desde o começo, a explicitar, simplificar, justificar -e ajudar você a duvidar do- seu trabalho. e será através delas que você mesmo medirá a evolução do seu conhecimento sobre seu objeto de estudo ao longo do caminho. ou você acha que ARIANO SUASSUNA escreveu o ‘Romance de Dom Pantero no Palco dos Pecadores’ em três meses?… clique aqui pra descobrir quanto tempo ele trabalhou no projeto

o tempo que você vai investir nesse capítulo pode ser o mais importante da sua tese, porque é aqui que você vai convencer o leitor de que seu trabalho vale a pena ser lido com atenção. do mesmo jeito que alguém começa uma conversa com você todo enrolado, sem saber o que dizer, e sua atenção migra rapidamente para outras plagas, do ex-amor à playlist, passando pela viagem perdida ao…, uma abertura de trabalho com um texto que não consegue dizer o que o trabalho é, e o que o leitor vai encontrar na próximas páginas é um killer… ao contrário. detona seu esforço e os recursos que você gastou fazendo um trabalho que pode até estar legal, mas que precisa de uma boa introdução. invista um bom tempo aqui; vale a pena.

falando em tempo… e nos acidentes que acontecem enquanto ele passa, seus repositórios de dados, referências, resultados, experimentos, código e o que mais for essencial para o resultado final do seu projeto, que no caso de um curso de grad ou pós é uma defesa, com sucesso, do seu trabalho, devem ser mantidos, duplicados e protegidos como se fossem a coisa mais preciosa da sua carreira… porque de fato são.

nos idos de 1985, com a chegada das estações de trabalho e editores de texto WYSIWYG [nunca ouviu falar?] resolvi escrever um capítulo quase final [o item 4 deste texto, veja abaixo] da minha tese de doutorado direto numa three rivers perq… confiando que a última tecnologia do mercado era também, de total confiabilidade. é claro que a coisa deu um tilt e eu perdi tudo, tendo que começar do zero de novo… e por precaução no papel. hoje, tudo o que escrevo parte de rabiscos no papel, que depois se tornam textos online replicados em múltiplas plataformas na nuvem. são as anotações em papel, aliás, que sobreviverão depois de um EMP arrasar todas as nuvens digitais. elas e as baratas, as nuvens analógicas -dessas de onde cai a chuva…- e dinho ouro preto.


2: se você conseguiu passar pela primeira iteração [e não interação, claro; pense e escreva como se, na sua banca de examinadores haveria -e frequentemente há!…- pessoas que sabem raciocinar, ler e escrever fluentemente] do capítulo 1, é hora de pensar sobre…

o que outros [pesquisadores] que JÁ FIZERAM para tentar resolver o MESMO PROBLEMA ou problemas similares, o que foi que eles conseguiram avançar no conjunto problemas-soluções e POR QUE você precisa adicionar ALGO de novo ao que JÁ existe?

releia o parágrafo anterior e note que pesquisadores está entre ‘[]’. já faz algum tempo que certas áreas de conhecimento, como computação, engenharia de software, genética… têm um grande número de resultados relevantes sendo produzidos por pessoas, nas empresas, que não exercem o papel formal de pesquisadores, nem estão contratados como tal. mas produzem como tal, resolvendo problemas que, nas empresas, são muito mais complexos do que os normalmente criados por um aluno de doutorado e seu orientador, isolados em alguma torre de marfim no campus.

em particular, se você está realizando uma tese de doutorado, é bom saber que esse tipo de trabalho exige originalidade… e que não vale a pena perder seu tempo resolvendo -mal- um problema que alguém da indústria já resolveu num contexto real, melhor do que você… e que, em certas áreas, você pode até usar a solução, que está na rede. simplesmente não há nenhuma desculpa para fazer uma tese de doutorado que “já existe”, e certas razões que ainda ouço como “ahhh…, mas estamos no brasil, as universidades não têm recursos, o aluno é imaturo… e coisa e tal”. se for isso, perca a oportunidade de passar esse tipo de vergonha e, ao invés de fazer um trabalho que não vale a pena, vá trabalhar onde vale. o mercado precisa de gente competente como você. e se o problema for imaturidade, capaz de você ganhar experiência, lá no mercado, pra entender o que é mesmo uma tese de doutorado.

esse é o capítulo 2 da sua tese ou dissertação, claro. aqui é onde a gente descreve o contexto onde o problema existe, o problema em si, porque ele é relevante e porque é relevante resolvê-lo, as tentativas já levadas a efeito para resolvê-lo e porque umas são melhores do que as outras, e que impactos -econômicos, inclusive- sua solução poderá vir a ter, se você conseguir resolver a coisa do seu jeito… e por aí vai.

nem toda pesquisa de doutoramento, muito menos toda tese, criará um efeito do porte de sergey brin e larry page, que desistiram de suas teses de doutorado depois de escrever The Anatomy of a Large-Scale Hypertextual Web Search Engine [1998, 19.859 citações] e montaram google [em 1998; os dois têm 14% das ações da empresa, o que dá mais ou menos US$70 BILHÕES para cada um]. mas pense bem… qual é o IMPACTO que você quer ter para seu trabalho? nem sempre depende de você, claro; tudo pode conspirar contra… mas imagine que conspire a favor E você tenha escolhido um problema relevante, num contexto relevante, e faça um trabalho relevante. no mínimo, fica a sensação do dever cumprido para o resto da vida.


3: considerando que você não escreveu The Anatomy… saiba que é MUITO RARO alguém sem uma formação sólida e sem domínio dos fundamentos mais complexos de sua área de atuação criar um negócio inovador e sustentável. um estudo da kauffman fellows com mais de 90.000 startups [que receberam investimento] e 419.000 cargos, desde 2001, descobriu que 56% do nível C [executivos no topo da organização] tem MSc, PhD ou fellowships e 70% das startups tem pelo menos um nível C com tais qualificações.

portanto, continue estudando -aliás, aprendendo; tem muita gente que “estuda” e não aprende nada- que isso aumenta muito a chance de você criar algo que vale a pena ler e até, quem sabe, chegar a ter um financiamento de risco. se você estiver trabalhando em computação e correlatos, leia GRAAL: The search for GRAnd ALgorithms in truly global software markets, que escrevi em 2012, pra entender porque. também não estou dizendo pra você literalmente continuar perdendo tempo com qualquer pós, em qualquer área, fazendo qualquer tese ou dissertação [com qualquer orientador que vive mergulhado no seu projeto pessoal de publicar papers que ninguém vai ler…]. se for se meter nisso -papers!…-, faça, ou pelo menos tente fazer, alguma coisa complexa, sofisticada, de impacto [sempre!…], seja lá em que área for. só não perca tempo pensando em círculos, que você não é um urubu em térmica… a menos que sua dissertação seja exatamente nisso [e, olha que legal… Vulture flight behavior driven by uplift availability at local and continental scales].

disto isto, o capítulo 3 é o dos resultados, onde será dito [no caso de um doutorado, certamente; em mestrados e TCCs é bem menos do que isso]…

O QUE você [e seu grupo de pesquisa, se for o caso] somou ao que existia e POR QUE isso VALE A PENA ser considerado como NOVO CONHECIMENTO…?

no lugar de somaram, acima, pode rolar um subtraíram, se você mostrar que uma daquelas conjecturas bizarras não vale e ponto final. em qualquer caso, a menos que você seja george dantzig, a essa altura do campeonato já deve ter dado um trabalho danado pra chegar até aqui pela primeira vez [lembre-se que eu disse para ir escrevendo à medida que vai trabalhando].

falando em trabalho danado e conjecturas, se você resolvesse uma das …Great Mathematical Conjectures poderia relatar a coisa de qualquer jeito e esquecer todo este lero-lero aqui, porque mesmo uma tese escrita de forma muito mal-amanhada iria garantir seu lugar na história. se fosse um dos Millennium Problems, como a hipótese de riemann [de 1859…], ainda levava US$1M pra casa e se tornaria muito mais famoso do que TODO o departamento em que estaria fazendo sua pesquisa [com raras exceções]. mas note que atacar riemann quer dizer, também, um capítulo 2 [o que é mesmo pra fazer, lá?] sobre o problema. é por isso que a coisa está em aberto há 160 anos. mesmo se você resolver uma conjectura… há um pequeno detalhe: em ciência, quase sempre vale o adágio… se está complicado, é porque está errado. sua solução não precisa ser simples, pode até ser muito complexa; mas a explicação [que é dada neste capítulo] deve ser simples ao invés de complicada e, se isso não for possível, deve ser tão elegante quanto possível. e isso dá um trabalho danado. 

voltando à vaca fria, pode parecer trivial relatar o resultado de um trabalho de pesquisa, mas não é… tanto que há discussões e manuais sobre o que escrever quando você está… Reporting and discussing your findings. este link, da monash university, é parte de um material sobre pesquisa e escrita em [cursos de] pós-graduação e a recomendação para explicitar o que você fez é… descobrir a história que está nos seus dados [ou escondida neles] E apresentar e discutir suas descobertas, usando uma “linguagem cautelosa“. e aí está uma recomendação fundamental: muitos mestrandos e doutorandos teimam em usar frases que a) não estão justificadas pelos resultados de seus experimentos e/ou simulações e b) não conseguem ser sustentadas por uma argumentação formal. e lá na banca examinadora quase sempre tem um pessoal que sabe procurar problemas em resultados e debater ciência de maneira formal. é por isso mesmo, aliás, que eles são chamados de examinadores. agradeça, se sua banca for competente; ela vai evitar que você publique um bocado de besteiras na sua tese… mesmo antes de você se encontrar com ela. é só pensar, durante todo o trabalho, sobre… como é que eu vou defender esses resultados, comparações e conclusões?

chegar aqui quer dizer que você conseguiu uma primeira solução para o problema e que sua tese, caso seja um doutorado, está quase pronta… só falta fazer 90% do trabalho, o que pode envolver refinar [muito] os resultados já obtidos, restringir [porque era demais] o escopo do capítulo 2 ou ampliá-lo [porque era de menos, para uma dissertação ou tese]. em qualquer dos casos, não perca tempo; escolha o que fazer para continuar o trabalho, e tão rápido quanto possível, pois tempo é tudo o que você tem.

e o seu tempo não é ilimitado. há um pequeno número de coisas, entre as que queremos fazer, que poderemos tentar fazer. o tempo é para tentar [fazer], errar [fazendo] e aprender, sempre em função do que deveria ter sido feito e não foi. por que quase ninguém, quase nunca, fez ou faz o que tinha que ser feito… sempre. escrevi um longo texto sobre isso em Um Passeio Pelo Tempo {Que Você Não Tem…}; talvez valha a pena ler…

4: a essa altura dos acontecimentos -se você está escrevendo e trabalhando ao mesmo tempo, como deveria estar- você só tem a primeira solução para o problema que escolheu [ou que estava determinado para você]. aí é onde começa o problema… pra você descobrir e descrever…

COMO sua solução FUNCIONOU na PRÁTICA e como ela SE COMPARA com as OUTRAS soluções que já haviam sido PROPOSTAS para o problema [ou classe de problemas] que está em consideração?

se você tiver uma combinação muito pouco usual de fundamentos, preparo, trabalho árduo e com foco E muita sorte, você já tem uma resposta de umas 20 a 30 páginas para a pergunta acima, que é o seu capítulo 4. vai ser melhor ainda -e talvez fundamental pra sua defesa- se sua eventual descoberta [científica, de preferência; veja Scientific Discovery na Stanford Encyclopedia of Philosophy] estiver de acordo com um conjunto coerente de práticas científicas [veja Scientific Method, ibidem], sabendo que há visões diferentes sobre processos e métodos no mundo científico [leia The Scientific Method is a Myth]… mas que há amplos acordos sobre fundamentos [não deixe de ler Defining the scientific method]. se eu fosse você, dava uma olhada [séria] nessas referências, principalmente se estivesse fazendo um doutorado, em especial numa área mais formal.

políticos até podem ignorar qualquer método, dados e fatos científicos amplamente reconhecidos e bradar aos quatros ventos que “o remédio é bom porque vários dos meus conhecidos tomaram e estão curados”, sem qualquer evidência, obviamente. mas mesmo com toda a discórdia que há sobre diferentes facetas do método científico, demandando até filosofias específicas para áreas do conhecimento [como The Philosophy of Computer Science; cuidado com o The, poderia ser um A…] e com um debate sobre replicabilidade de resultados [Philosophy of science and the replicability crisis]… se eu fosse você não tentaria usar uma defesa como… “minha solução funciona e é melhor do que as existentes porque três amigos e o cunhado do primo de um deles testaram e gostaram”. detalhe: criar um método para fazer alguma coisa, testar com 7 dos seus colegas de universidade e mostrar que funciona para 71,43% dos casos dá no mesmo imbroglio da frase acima. um dos fatos da vida é que presidentes da república podem ser parvos, obtusos e ignorantes, mas examinadores de teses e e dissertações tendem a reprovar candidatos com características similares. se cuide; de muitas formas, é muito mais difícil ser mestre ou doutor do que presidente de qualquer coisa.

ah!… como é a primeira vez que você passa por aqui, é muito provável que os problemas que você vai encontrar -inclusive ao tentar escrever este capítulo- levem você de volta ao trabalho -e não só à reescrita- do capítulo 3, quem sabe de volta ao capítulo 2, e ao 1, de novo. isso é totalmente dentro do esperado: o desenvolvimento E escrita de uma tese ou dissertação é um processo iterativo, interativo e incremental, para que sua solução seja eficaz, eficiente e, portanto, efetiva.

é bem capaz de você não saber o que as seis palavras em itálico, acima, significam e o que elas, em conjunto, dizem sobre o seu processo de trabalho e a solução que deriva dele. se for seu caso, procure no dicionário. aliás, use o dicionário no processo de escrever sua tese. sabia que um certo número de teses de doutorado é escrito em português similar ao de analfabetos funcionais? não permita que este seja o caso da SUA tese; ela fica depositada na biblioteca da universidade desde sempre e, hoje, PDFs circulam por toda a rede. já imaginou se, ao contrário da maioria das teses, a SUA tenha relevância e as pessoas, de repente, queiram LER o SEU trabalho? não passe vergonha com um texto que lembra uma redação do ensino fundamental. nem do ENEM. aprenda a escrever. serve pra vida toda.

5: ao chegar aqui, você passou várias vezes pelos capítulos 1 ~ 4, trabalhando e escrevendo. uma parte dessa escrita [claro!] não é texto final da tese, mas versões preliminares, anotações e fragmentos de texto que você pode ou não utilizar na versão final, mais ou menos articulada como uma rede de conhecimento. mesmo que você não esteja escrevendo a versão final do seu capítulo 5, e como ele é sobre…

…O QUE você, em RESUMO, descobriu e/ou desenvolveu, o que não tentou [AINDA], e PORQUE… e qual e sua VISÃO de FUTURO pra “sua” classe de problemas?…

…esse é o conteúdo do que quase todo mundo intitula conclusões e trabalhos futuros, até porque é isso mesmo que se espera deste trecho da escrita… ou desse estágio da pesquisa, ou da solução de um problema lá no seu trabalho, agora ou no futuro.

essa composição em cinco partes é uma espécie de genérico para resolver problemas de forma estruturada. vários formatos dela, você já deve ter notado, vêm sendo usados desde que a humanidade começou a escrever; vá ver, por exemplo, Aristotle’s biological works as scientific literature, pra ler como o fundador do LICEU escrevia há mais de 2300 anos. nem pense em escrever sua tese como ele, óbvio. de lá pra cá, o estilo mudou. um pouco. e rolaram mais de dois milênios de estudos sobre como fazer e escrever sobre ciência, que era o que você deveria estar fazendo.

uma coisa que pode servir de farol para o seu trabalho é imaginar uma conclusão hipotética que poderia ser escrita logo no começo e reescrita à medida que o esforço progride e dá resultado, ou não. vez por outra eu faço isso, não na forma discursiva, final, mas como frases ou mesmo pontos soltos, que me servem de guia para onde eu quero que o trabalho “vá”. é óbvio que, quando começo, faço a estrutura do trabalho, na maioria dos casos usando exatamente estes cinco “capítulos” por onde acabamos de passar, nem sempre o mesmo número, algo entre três e sete, por aí. esse texto todo que você está lendo começou com cinco bullets

já que estamos no fim… olhe o rodapé e veja quantas páginas você escreveu. se é um mestrado e são mais de 120… trate de cortar. se for um doutorado e forem mais de 200… corte, também. já há um número de universidades onde o máximo de páginas aceitas para um doutorado está abaixo de 180… e não há nenhuma razão, em nenhuma área e com muito poucas exceções, pra que passe de 200 páginas. imagine que você estivesse na banca e tivesse que ler a tese de doutorado de joachim schuhmacher, cuja versão original tinha 2.654 páginas e que, depois de revisões e correções, ficou apenas com 2.205 páginas e garantiu um lugar no guinness book of world records…

SE você achar que chegou ao fim mesmo… separe-se de tudo por uns quinze dias, até mais, se tiver tempo. dica: se você fizer um plano de trabalho para o doutorado [ou mestrado] e ajustar, com o decorrer do esforço, cada estágio do processo ao desafio e tempo disponíveis, dá pra fazer isso. caso contrário, você só conseguirá terminar o último capítulo na undécima hora e entregará, enfim, o que ficou pronto, do jeito que deu pra ficar, à banca. mas… se você tinha um plano razoável… dá pra ficar uns quinze dias sem nem ver a tese e, depois deles, voltar pra ler com calma e revisar tudo, como se você fosse um examinador. haverá parágrafos, frases inteiras, que você não irá entender, tendo você próprio sido o autor daqueles absurdos quinze dias antes. reescreva. jogue partes fora [use versões, claro, pra trazê-las de volta!], insira frases melhores, tire e bote artigos, mude verbos, use sinônimos, use o tempo para melhorar o trabalho até que você decida que os retornos incrementais de qualidade em função do trabalho de revisão tendem a zero. aí, enfim, tá pronto. parabéns!…

 

********************

 

se você quiser mesmo ler muito sobre essa parada toda, sugiro uma combinação de “Mastering Your PhD: Survival and Success in the Doctoral Years and Beyond [154pp] e Writing up your PhD [83pp]. claro que há dezenas de textos sobre o assunto e, se você partir pra ler demais sobre como fazer e escrever uma tese… não terá tempo hábil pra fazer a sua. se eu fosse você… só folheava as duas referências acima e guardava um link pra esse texto pra chegar nelas vez por outra e tirar alguma dúvida. lembrando que elas não são universais e que seu orientador e banca podem pensar completamente diferente.

eu queria muito ter tido acesso a um texto como esse antes de começar meus trabalhos de mestrado [em 1978] e doutorado [em 1981]. não tive. ralei muito mais por causa disso. e, muito tempo depois, olhando para o que fiz, via como poderia ter feito diferente e muito melhor, inclusive e principalmente se tivesse usado escrita-como-método-de-trabalho. mas isso sou eu. nem pense que um conjunto de princípios mais ou menos vagos como os aqui alinhavados poderiam servir como única base para sua tese. pegue o que achar que funciona no seu caso… e espero que você trabalhe muito, com foco e afinco, e tenha muita sorte. a sorte, você sabe, ajuda mais quem se dedica mais.

há uma coisa que às vezes não ajuda nada e, se ficar muito perto, pode atrapalhar muito: seu orientador. se você estiver fazendo um doutoramento, esta é a última chance de educação formal para você se tornar [um pesquisador] independente. aproveite o que puder para chegar lá no fim pensando, criando, fazendo por você mesmo, ainda mais se seu projeto de carreira é se tornar um pesquisador. eu tive a grande sorte de ter dois supervisores geniais como pesquisadores [clylton fernandes no mestrado e david turner no doutorado] e magníficos como orientadores. entre as coisas que eles me ensinaram [os dois!] a mais preciosa foi pensar por mim mesmo. isso foi fundamental não só para minha carreira como professor e profissional, mas como humano. mas tem gente que dá azar; só pra ter uma ideia, vá ver Thesis adviser horror stories, em nada menos do que a revista SCIENCE. e saiba que não é proibido em trocar de orientador. às vezes é um rolo, porque há orientadores que se acham donos de seus alunos, mas nesse caso você tem que trocar mesmo, porque muita coisa vai dar muito errado [por muito tempo, e principalmente pra você]. se não gosta do seu, troque. mas não troque várias vezes, porque vai atrapalhar muito seu trabalho. uma troca, lá no começo, pode ser a melhor coisa da sua vida [de aluno e pesquisador… e da sua vida mesmo].

antes da gente terminar o texto, é bom dizer que há quem pense [com dados!…] que …doing a PhD is often a waste of time. se ainda não começou seu doutorado, talvez seja bom você ler esse texto, ainda mais se resta uma grande dúvida sobre fazer ou não um trabalho tão complexo e que leva tanto tempo. afinal de contas, pelo menos nas minhas contas, sem investir três horas por dia [no mínimo!], de forma consistente durante quatro anos, você não vai conseguir fazer um trabalho do qual se orgulhe e que tenha alguma chance de ter impacto. estamos falando de 4.000 horas de trabalho, tirando muito por baixo. é muito tempo. qual é o seu custo de oportundidade, pra investir tanto tempo assim num doutorado? e há um debate relevante, entre doutores e doutorandos, sobre Graduate school, opportunity cost and the time value of money. acho que vale a pena ler.

uma última coisa: se você perguntar porque este texto não segue as normas cultas da nossa língua, parte da resposta está aqui. o resto você imagina. ah!… e alguns parágrafos são deliberadamente complexos; isso é para que você leia aquele trecho mais de uma vez, procurando, na segunda vez, entender porque não entendeu já na primeira. é um método. mas não use na sua tese… [não usei nas minhas]. tampouco use cartoons. bancas tendem a ser coisas muito travadas, e há muitos pesquisadores, quase sempre os mais novos, que se levam muito a sério e não conseguem se divertir no trabalho. uma pena. pra zoar [com a trava dos pesquisadores, inclusive] num texto que não tem maiúsculas depois de ponto e parágrafos esquisitos, espere se tornar professor titular. aí ninguém mais vai tirar onda com a sua cara, você poderá escrever o que quiser, sobre o que quiser, do jeito que quiser, inclusive coisas como… Programming the Universe: The First Commandment of Software Engineering for all Varieties of Information Systems [vá ver! a gente se divertiu muito escrevendo esse paper…].

e… mesmo enquanto -e principalmente- você faz e escreve a sua tese, dissertação ou trabalho de conclusão, divirta-se! se não… você tá nessa parada pra que?… 

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Este é o terceiro de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar

23 anotações sobre 2023 [ii]

Este é o segundo de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar

23 anotações sobre 2023 [i]

Esta é uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar digno de nota,

Efeitos de Rede e Ecossistemas Figitais [ii]

Uma série, aqui no blog [o primeiro texto está em… bit.ly/3zkj5EE, o segundo em bit.ly/3sWWI4E, o terceiro em bit.ly/3ycYbX6, o quarto em… bit.ly/3ycyDtd, o quinto

Efeitos de Rede e Ecossistemas Figitais [i]

Uma série, aqui no blog [o primeiro texto está em… bit.ly/3zkj5EE, o segundo em bit.ly/3sWWI4E, o terceiro em bit.ly/3ycYbX6, o quarto em… bit.ly/3ycyDtd, o quinto

O Metaverso, Discado [4]

Este é o quarto post de uma série dedicada ao metaverso. É muito melhor começar lendo o primeiro [aqui: bit.ly/3yTWa3g], que tem um link pro

O Metaverso, Discado [3]

Este é o terceiro post de uma série dedicada ao metaverso. É muito melhor começar lendo o primeiro [aqui: bit.ly/3yTWa3g], que tem um link pro

O Metaverso, Discado [2]

Este é o segundo post de uma série dedicada ao metaverso. É muito melhor ler o primeiro [aqui: bit.ly/3yTWa3g] antes de começar a ler este aqui. Se puder, vá lá, e volte aqui.

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Silvio Meira é cientista-chefe da TDS.company, professor extraordinário da CESAR.school e presidente do conselho do PortoDigital.org

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