A informática que você usa passou a andar com você. antes, ficava num balcão, bancada ou mesa [isso era no tempo dos PCs]. e, muito antes, ficava fora de seu campo de visão, lá no que se chamava CPD, ou centro de processamento de dados, que hoje atende pelo nome de datacenter. e a informática que anda com você são tablets e smartphones, e não, em sua maioria, PCs [laptops e netbooks]. e isso tem consequências, boas e nem tão boas assim.
antes, é bom dizer que informática é a combinação de computação [sistemas que realizam operações sobre dados], comunicação [os processos de transmissão e recepção de dados] e controle [dispositivos e sistemas que capturam informação ambiental e podem agir sobre o ambiente]. hoje, é possível levar sua informática à praia; seu smartphone e tablet podem escapar de sol, areia, suor e cerveja, se você tiver um mínimo de cuidado. para um laptop, seria muito mais complicado. sem falar que, na prática, não dá pra fotografar, na prática, num laptop e que não há muitos deles em que é possível usar a rede móvel diretamente. pense no rolo.
sua informática pessoal, na forma de smartphones e tablets [e óculos, em breve] se tornou sinônimo de aplicações, ou apps. cada um dos dois principais repositórios de aplicações móveis tem perto de um milhão de aplicações e, tirando as triviais, as que realmente interessam são interfaces pessoais para sistemas de informação online. quase como um navegador de propósito específico, um para cada serviço. isso permite que você –por exemplo- leia o TERRA no browser do smartphone ou baixe o app do TERRA e faça a mesma coisa a partir dele. sabe qual é o resultado? olhe a figura abaixo, de uma pesquisa recente com um bilhão de dispositivos.
o tempo gasto em apps é 4 vezes o tempo de “navegação” e o app de facebook, só ele, usa quase o tempo total de navegação móvel. o mercado de apps vale US$25B ao ano, segundo o wall street jornal; cerca de 8 apps estão sendo lançadas por dia para iOS e android e o uso de muitas delas começa a se consolidar, como mostra o gráfico abaixo.
em 2010, apenas 17% das aplicações residentes nos smartphones estavam sendo usadas um ano antes; em 2012, a porcentagem tinha dobrado. isso quer dizer que certos costumes e usos estão se estabelecendo, que está se tornando mais difícil criar um novo competidor em determinadas vertentes de mercado [localização ou tráfego, por exemplo…] e que a inevitável consolidação do mercado vai reduzir de forma significativa a dinâmica de inovação, como sempre acontece.
o que deveria ser a web móvel se tornou uma rede de apps. o que muitos temiam, a fragmentação da rede numa infinidade de serviços que interagem de forma muito precária, mesmo que seja para trocar informação elementar, aconteceu.
e criou uma oportunidade gigantesca: é hora de repensar os princípios de desenho e implementação da infraestrutura, serviços e aplicações que fazem a rede, para fazer com que tudo passe a estar de fato em rede, em modo social e podendo ser combinado de muitas formas, sem passes de mágica e truques de implementação e onde, ainda mais, cada usuário passe a determinar o que pode ou não ser feito com a sua informação. até porque, afinal, ela é sua e o representa online.
mais cedo ou mais tarde vamos tratar este problema. e é melhor mais cedo. é isso que estamos propondo em um grupo de estudos CIn/CESAR/INES e que é representado, em parte, pela figura abaixo, de um trabalho a ser apresentado no WWW2013, no rio de janeiro, no mês que vem. vá ver…