pegue um besouro, daqueles dos quais se diz que todas as leis da aerodinâmica garantem que não deveria voar de jeito nenhum, mas que voa. junte algum hardware, software, imaginação, financiamento da principal agência americana de projetos de defesa e você tem… um besouro cyborg controlado por rádio como o da figura. cada besouro sofreu um implante que contém um receptor, um microcontrolador, microbaterias e seis eletrodos, conectados no cérebro. o rádio captura os comandos enviados por um operador remoto, os comandos são processados pelo computador instalado no besouro, que finalmente os envia aos implantes instalados em partes apropriadas do cérebro do besouro, "controlando" o inseto. os operadores podem fazer o besouro levantar vôo, fazer curvas e pousar. os besouros maiores podem ser vetores de cargas úteis como microcâmeras.
o objetivo atual é controlar um besouro num raio de cem metros, fazendo com que o inseto possa servir para missões de observação. a se acreditar nos mais alarmados, o pentágono pode estar pensando em usar tais tipos de soldados para transportar armas reais, como microcápsulas de agentes bioquímicos. e não vai adiantar usar repelente, nestes casos.
entre 1965 e 2005, a capacidade computacional, pelo mesmo preço, aumentou um bilhão de vezes, com o tamanho dos sistemas de referência diminuindo 100.000 vezes no período. o que só era possível, então, em um gigantesco computador de pesquisa, passou a ser realizável, quarenta anos depois, em um mero celular. e a capacidade computacional, novamente pelo mesmo preço, estará aumentando outro bilhão de vezes entre 2005 e 2030; se levamos 40 anos para aquele primeiro aumento de um bilhão de vezes, levaremos apenas 25 para outra escalada do mesmo porte. as coisas estão ficando muito mais rápidas.
agora pense: se estão conseguindo controlar um besouro por rádio, hoje, transformando o inseto em um avião de controle remoto, porque não seria possível, no curto prazo, criar um besouro-cyborg verdadeiramente autômo, capaz de cumprir missões de guerra e paz sem interferência externa, a não ser receber as ordens a seguir?… e se lembre que, apesar do ciclo de vida dos insetos, hoje, ser muito curto, isso não é nada que não se possa resolver reprogramando a biologia dos bichos. admirável mundo novo…