SILVIO MEIRA

quadrotors: o fim do motoboy [até na entrega de pizza]

tudo começou com uma brincadeira: alguém criou um startup de mentira, que prometia entregar tacos usando quadrotors, robôs voadores de quatro rotores, como diz o nome, que estão em todo canto, até nas palestras do TED. as coisas parecem [e são, em sua quase totalidade] brinquedos. não qualquer brinquedo, mas brinquedos autônomos, que podem executar, em conjunto e articuladamente, tarefas de razoável complexidade. se você nunca viu um, olhe a imagem abaixo.

a partir da brincadeira, foi só imaginar… e propor que quadrotors poderiam, quem sabe, entregar tacos. até pizzas, talvez. é um delírio achar que a FAA [a ANAC americana] já deveria ter estabelecido regras para quadrotors voando nas cidades, como quer o link acima. mas os avanços dos brinquedos, nos últimos poucos anos, não são triviais e podem, no médio prazo, criar muitas oportunidades práticas. na construção civil, por exemplo,  como você pode ver no vídeo abaixo. um número de centros de pesquisa está trabalhando com enxames de quadrotors capazes de realizar manobras e operações –agindo de forma independente de controladores humanos- que nos deixam antever boa parte de suas possibilidades futuras.

quer para uso civil [entregar coisas na sua casa, como pizzas?] ou militar [para vigilância e supervisão, talvez muito mais] veículos aéreos independentes que podem agir em rede parecem ter uma boa perspectiva de futuro. ao invés de construir versões muito maiores dos que você viu no vídeo acima, brincando de construção civil, podemos ter muitos agentes voadores coordenados, capazes de realizar tarefas complexas de forma cooperada, como se pode ver abaixo. preste atenção no vôo coordenado em forma de oito, no fim do vídeo…

e a vida –certamente quando o assunto é tecnologia- imita a arte. uma das demos mais interessantes do saatchi & saatchi new directors showcase de cannes, este ano, foi um show de luz e som [e dança aérea] usando quadrotors, criado e dirigido pela galera do marshmallow laser feast. vá ver. use tela cheia. durante e depois, passe um tempo a imaginar as possibilidades.

que tal conectar quadrotors na rede? eles receberiam demandas externas [num mercado?…] para fazer coisas para você, como dar manutenção na sua antena de TV. ou trocar uma telha, talvez pintar [que tal grafitar?] partes mais altas de uma construção. lavar vidros de arranha-céus é certo. será que poderão tanger o gado para o cercado? ou voar à frente do seu carro, para lhe alertar das dificuldades na estrada? sei não, talvez seja demais. pelo menos para imaginar agora. mas daqui a alguns anos, quem sabe? pode ser que vida imite arte mais cedo do que se pensa.

mas uma coisa é  certa: se estas coisas funcionarem e não fugirem do controle [?], estes vídeos e suas máquinas anunciam o fim do motoboy, no longo prazo, pra boa parte das entregas que se quer fazer numa cidade como são paulo. pelo ar, direto entre pontos, capazes de evitar choques uns com os outros e com os obstáculos ao redor, seriam chamados a um ponto X, qualquer, para de lá levar algo a outro, Y, sem sinais de trânsito e sem risco à vida. em especial, à vida do motoboy, hoje um viajante do tempo travado pelo trânsito que nem a ele deixa mais passar. e aquele startup que entrega comida via air mail pode não estar, afinal, tão longe assim.

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Silvio Meira é cientista-chefe da TDS.company, professor extraordinário da CESAR.school e presidente do conselho do PortoDigital.org

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Rua da Guia, 217, Porto Digital Recife.

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