Estudo do fim do ano passado, com 1,3 milhão de usuários do faceBook, mostra quem é quem na rede social. segundo sinan aral e david walker, os autores, os mais jovens são mais susceptíveis a serem influenciados do que os mais velhos; homens influenciam mais do que mulheres e mulheres influenciam homens mais do que as outras mulheres. por fim, casados são os menos susceptíveis a influências sobre produtos ou serviços.
as conclusões são de um experimento de 44 dias, com 7.730 usuários que tinham adotado um produto enviando 44.686 notificações para um conjunto aleatório de seus 1,3 milhões de amigos, o que resultou em 976 adoções do produto sugerido. a imagem abaixo mostra parte dos resultados.
na imagem, influência é a barra cinza escuro e susceptibilidade, a clara. à direita do 1 do hazard ratio [HR] quer dizer mais e à esquerda, menos. a leitura da imagem é: quem está numa relação do tipo it’s complicated tem susceptibilidade mais de 100% maior do que quem não declara este tipo de atributo em seus perfis. esta é a leitura da última barra cinza claro da imagem; de fato, a susceptibilidade de quem tá complicado é 111% do que os usuários de referência. os casados, não por acaso, são ainda mais susceptíveis [117%], já que compartilham sua vida com alguém… e certamente influenciam e sofrem influência destes [ou têm redes de relações mais estáveis e confiáveis]. e os complicados influenciam muito menos que os casados.
outro resultado está na imagem abaixo, mostrando influência entre pares, quando se considera idade, sexo e compromisso de quem influencia e é influenciado. umas coisas são óbvias, como maior influência ser entre pessoas da mesma faixa etária, como mostra a segunda linha da imagem. outras, nem tanto: como já se disse lá no começo do texto, a influência das mulheres sobre outras mulheres, bem como dos homens sobre as mulheres, é bem menor do que a mulheres sobre os homens, pelo menos nas redes sociais e, como é o caso deste estudo, na indicação de produtos.
será que isso quer dizer que as redes sociais são um grande matriarcado? talvez… mas não necessariamente. este estudo é sobre uma faceta do comportamentos das pessoas em redes sociais [online], não é nem sobre as redes sociais mais amplas de que todos participamos. mas não custa nada atentar para outras evidências e, pra quem tiver vocação, ir ler o estudo em detalhe e entender mais. aos interessados, um aviso: a matemática por trás da coisa não é simples e tem fórmulas como…
…cuja explicação não é assunto deste blog. vá ler o estudo, Identifying Influential and Susceptible Members of Social Networks, de s. aral e d. walker, aqui. você não tem acesso à revista onde o artigo foi publicado? há uma versão preliminar e aberta neste link. e boa leitura.
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PS: combine a leitura da segunda imagem sobre HR interpretando, e na ordem, as linhas 6, 10 [pode substituir por 9, também] e 2. se for verdade, na vida real, tanto quanto online, quais são as consequências?… pra você, inclusive?…
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este texto é o segundo de uma série de cinco sobre novos resultados científicos sobre redes sociais aqui no blog. pra ver tudo, pela ordem, clique nos links abaixo. e boa leitura.