não faz muito tempo, este blog publicou um texto sobre mais uma daquelas pesquisas que apontam, vez por outra, que a radiação emitida por telefones celulares dá câncer [ou não]. volte lá pra ler. pode ser que o assunto lhe interesse. afinal de contas, você [e eu] vivemos com um celular colado ao ouvido [e tão perto do cérebro quanto].
esta discussão [entre outras que têm a ver com radiação não-ionizante] estará no brasil durante toda a semana que vem, de 14 a 18, no planetário do rio de janeiro, no 6º seminário internacional ICNIRP sobre radiações não-ionizantes, evento que ocorre uma vez a cada quatro anos em algum lugar do mundo, organizado pela ICNIRP [comissão internacional de proteção contra radiações não-ionizantes].
segundo o site do evento… Os riscos potenciais da exposição a campos eletromagnéticos (CEM) devido a instalações como linhas de transmissão e estações radio-base de telefonia celular móvel representam um difícil conjunto de desafios para os tomadores de decisão. Esses desafios incluem determinar se existe ameaça na exposição aos CEM e qual seu impacto potencial sobre a saúde, isto é, avaliar o risco, o que envolve pesquisas sobre efeitos biológicos e estudos epidemiológicos; reconhecer as razões que levam à preocupação por parte do público, ou seja, percepção de risco; e implementar políticas que protejam a saúde pública e respondam às preocupações do público, o que significa gerência de risco. Esse tema é de extrema relevância não somente pela larga utilização de fontes emissoras de campos eletromagnéticos, tais como as linhas de transmissão de energia elétrica, instalações e aparelhos de telefonia celular e outros equipamentos eletro-eletrônicos, mas também pelo impacto causado na sociedade pelas notícias acerca de possíveis efeitos sobre a saúde humana veiculadas pela mídia.
e mais… No Brasil, a instalação de novas linhas de transmissão de energia elétrica e de torres de telefonia celular tem provocado reação popular em alguns locais, inclusive seguida de processos judiciais. Além disso, várias iniciativas legislativas, nos três níveis de governo, têm ampliado a discussão sobre o tema. Diante desse cenário, reputa-se essencial a criação de espaço de reflexão acerca das questões fundamentais, que leve a uma agenda brasileira de geração de conhecimento científico e tecnológico e de sua disseminação para o público. Esta última demanda uma estratégia de comunicação de risco não só por parte de institutos de pesquisa e universidades, mas também de empresas operadoras, de agências reguladoras, de formuladores de política e da mídia.
claro que o problema de radiação eletromagnética na sociedade não é criado apenas por telefones celulares e seus sistemas de suporte, como estações rádio-base. a ICNIRP trata de todo o banho de radiação artificial, entre 0 e 300GHz, ao qual a humanidade e a ecologia estão submetidos. seu forno de micro-ondas, o controle remoto da TV, a própria TV, são fontes de radiação eletromagnética. pense ligado na tomada, tem a ver com CEM. pense comunicação, tem a ver com CEM. e isso tudo tem a ver com as resoluções da ICNIRP sobre o que é aceitável ou não para seres humanos e para o ambiente.
e a ICNIRP não é unanimidade: há quem diga que a comissão ignora que boa parte da ciência sobre o assunto não é conclusiva e sai publicando limites de segurança que… não são seguros. há quem diga que a comissão está para aderir ao padrão australiano para emissão eletromagnética de redes elétricas caseiras e de locais de trabalho, que "aceita" campos eletromagnéticos três vezes mais altos do que sua atual recomendação. veja estes links. e mais este aqui.
por isso que a rodada de discussão do rio é muito importante. há uma tentativa de universalizar os níveis considerados seguros para CEM em todos os países, o que certamente vai ter implicações importantes para nossa saúde. enquanto isso, saiba que, se depender do ICNIRP e seus limites, aquela antena de estação rádio-base de celular no teto do seu prédio é… segura.